"Suas gravuras sensíveis transmitem a impressão de sinceros e claros alvos artísticos, definindo alta qualidade." - Dolf Rieser, D.S.C.R.E. 3.8. 1970 - Exposição da Embaixada do Brasil - Londres

 

"A exposição de gravuras confirma nossa apreciação da competência técnica de Inês Benou, assim como sua expressão altamente pessoal. Nestas gravuras se sente a linguagem baseada na sua origem brasileira e expandida pelos contatos com artistas da Europa." - Michael Webber Arts Review 22.5.1971 - London

 

"Entre tantos excelentes gravadores nestes dias, a obra de Inês Benou se destaca pelas qualidades especiais da cor, textura e design. "City by Moonlight" é um dos inúmeros trabalhos que mostram um amplo grau de sentimento da linha incisiva mostrada aqui até um gestual largo e extenso em outros" - Michael Webber - Arts Review 25.3.1972

 

“Ines muitas vezes se servia de signos que nunca eram ornamentais más eram criados sempre em função de sua visão artística. Este é o caso de sua gravura “prata” que foi premiada na Royal Academy em Londres. Hoje ela abandonou os signos para chegar a uma visão cósmica na qual o homem está presente também na sua ausência. A artista sente a natureza como força cósmica, mas sabe que para o homem não há mais lugar nesta terra a qual ele está destruindo. Encontramos um exemplo bem claro na gravura “danos da natureza” profundamente envolvida como ser humano com os problemas da humanidade, a artista transmite a sua mensagem sem abordá-la diretamente, mas de uma maneira universal, por isso que as suas gravuras são tão densas em sentimento. Inês Benou não é hoje mais uma promessa e sim uma figura de primeiro plano da gravura brasileira.” - Lisetta Levi  - A.I.C.A. 27.03.1974

 

"Inês Benou artista profundamente preocupada com o ser humano, tentando encontra-lo nas suas expressões visuais, da cidade ao totem. Inês é uma arqueóloga da forma, no sentido da busca do humano entre as suas manifestações diversas, que os meios de comunicação colocam a nossa disposição nos dias de hoje". - Jacob Klintowitz - Jornal da Tarde 5.4.1974 - São Paulo

 

"Esta minha antiga aluna, Inês, como tantas outras, apresenta sua atividade demonstrando engenhosidade e, o que mais se deve ter em conta, persistência no operar. Suas exaltações de imagens convencem, valendo os meios "proibidos" ao gravador clássico." - Pietro Maria Bardi -2.3.1983 - convite da exposição do Museu de Arte de São Paulo.

 

"Inês Benou caracteriza, acima de tudo, uma artista sensível. A expositora consegue criar atmosferas límpidas nas estruturas e nas cores". - Ivo Zanini - Folha de São Paulo 11.3.1983

 

"Inês sempre mantém em todos os seus meios de expressão a sua linguagem pessoal. Na maioria dos casos, o tema da artista é a natureza exuberante. O impacto da emoção é muito direto, mas a emoção é sempre dominada por uma técnica apuradíssima. Esta é uma exposição vibrante e criativa que, apesar da sua variedade técnica e temática, conserva a sua unidade, porque irradia, através de cada obra a personalidade da artista".- Lisetta Levi- Membro da A.I.C.A. Catálogo da Exposição SESC - 6.6.1984

 

INÊS BENOU, A LIRA E O MINOTAURO - "Enquanto um punhado de artistas plásticos se debate no emaranhado labirinto das angústias conceituais e intelectuais visando a uma tentativa de se definir ou se ajustar a uma definição - seria sua linguagem moderna ou pós-moderna? minimizante ou maximizante? performática ou parabólica? metafísica ou metafórica? - é reconfortante, chega a ser mesmo um alívio, entrar no oásis colorido de Inês Benou. Descobre-se nele um percurso acima de tudo sensível, com resultados que fluem de um trabalho a outro sempre pinçando nossa atenção para uma qualidade de beleza que sabe, com graça, mais sugerir do que impor. E que, por isso, vai nos envolvendo em seus encantamentos e demonstrando que a destreza técnica está a serviço de uma busca de harmonias finas, tangenciando a busca de uma espiritualidade tanto mais tocante em sua imanência porquanto plenamente livre de engessamentos doutrinários. Convivendo em sintonia com a lira de Apolo, a obra dessa artista passa ao largo dos labirintos do Minotauro." - Carlos Soulié do Amaral - 2005

 

“As gravuras, colagens, aquarelas e pinturas de Inês Benou apresentam seqüenciais exercícios de uma sensibilidade voltada para a integração da cor, da textura e da forma numa laboriosa investigação do processo técnico que transforma a imagem idealizada na imagem realizada. Neste fazer, de forma poética, surgem movimentos de fluidez plástica, com cores e massas ora explodindo despedaçadas, ora se enovelando aglutinadas, parecendo evocar um tempo de espaços fragmentados e levando o observador a refletir sobre o momento que vivemos: multicultural, multirracial, global, informático e talvez nostálgico da simplicidade perdida. Nas obras mais recentes projetam-se, suspensas, algumas partes da base gravada, criando, sob a inflexão da luz, sombras que interagem no todo, surpreendendo tramas e texturas com o mistério móvel desse elemento inesperado, inconsútil.” - Carlos Soulié do Amaral - ABCA - AICA – 12.2005

 

“Os trabalhos de Inês têm uma dimensão lúdica justamente por terem como um de seus principais aspectos nas diversas maneiras de mesclar técnicas. Assim, tanto as gravuras como as aquarelas ganham a interferência de colagens para gerar novos efeitos visuais, que mesclam o ludismo com o domínio técnico.

Nesse contexto, a série cósmica ganha a dimensão da criação de efeitos plásticos delicados com colagens interferindo nas gravuras em metal. Não há compromisso com a representação da realidade, mas com a prática aprimorada em nome do diálogo aprazível com o observador.

Os efeitos obtidos com a mencionada mescla de técnicas, permite dois sucessos: o espectador mais afeto ao fazer artístico, propriamente dito, busca verificar como os efeitos foram alcançados, imaginando os recursos utilizados na gravação da placa em metal e nas criativas integrações e interferências da colagem em cada obra.

Já quando se trata da aquarela, a colagem ganha um significado ainda maior de liberdade plástica. A leveza é uma marca registrada com recortes surgindo no fundo aquarelado sem excessos, mas de modo a demonstrar que se está perante uma artista que acredita que a técnica aprendida existe para atingir a limpeza visual.

Com exposições no Brasil e no exterior, atinge a maturidade artística num processo de busca constante para eliminar o supérfluo. Isso significa tentar atingir a essência plástica de cada trabalho, que parece carregar em si a mensagem de que a simplicidade é o bem maior que todo artista procura alcançar.

Para atingi-lo, a leveza é essencial – e ela está presente na maioria dos trabalhos de Inês. A progressiva economia de recursos prova como a arte se faz a partir do domínio de dois elementos essenciais: a forma e a cor. A partir deles, não importa se o desenvolvimento do assunto estará mais próximo ao abstrato ou ao concreto.” -  Oscar D’Ambrosio – 01.2006 .

 

 

“As gravuras de Inês Benou são fruto de um direcionamento assumido há anos pela artista, cada vez mais distante das formas tradicionais de pintar e disposta a propor estados de alma na liberdade do traço e da cor.

O percurso dessa artista adquire a leveza das fusões cromáticas, finura de seleções tonais, acrescido de um "plus" de lirismo ao gosto da natureza envolvente. Através de gravuras em metal com colagem, sua personalidade estilística se faz mais perceptível. A cor se incorpora, delineando com sóbria poesia motivos naturalísticos apenas sugeridos, como se fossem ditos sussurrando.

O que de imediato se impõe na arte dessas gravuras é a autonomia da técnica. A cor, como se soprada pela leveza do toque, parece não desejar conter a sua respiração. Suas composições levíssimas, em tons suaves, encontram-se em uma atmosfera de um sonho repleto de poesia, deixando a lembrança luminosa de uma espécie de sorriso de uma obra realizada em estado de graça.

As obras de Inês Benou repropõem um estado de alma na liberdade do traço e da cor. A artista mantém na sua bagagem de experiências um elemento precioso: uma forma primária e esotérica que se encontra na base de todas as coisas, onde procura dar vida a um movimento em ascensão de maneira perfeitamente harmônica a essa forma essencial e inicialmente inerte.

A primeira conseqüência positiva é o alcance de uma pureza absoluta do traço. A imagem se desenvolve em beleza, pródiga de sugestões para o espectador e, em modo particular, para a própria artista. As gravuras de números III e XIII da série "Cósmica", doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, são resultado de uma sensibilidade intrínseca repleta de lirismo.” Emanuel von Lauenstein Massarani – 02.2008.

 

 

“A arte do gravador me fascina. Marcello Grassmann disse, em certa ocasião, que a gravura é a “arte do arrependimento”. Essa é uma definição adequada, se pensarmos que o gravador (particularmente aquele que trabalha com matrizes de metal) desenha e redesenha muitas vezes no cobre e tira, para cada uma das novas fases, suas “provas de estado” – soberba coleção de originais, visto que são impressões únicas. Sempre busquei e valorizei tais “provas” com renovado interesse, uma vez que constituem uma espécie de “testamentos” gravados e testemunhas do meticuloso trabalho desse profissional das artes.
Além de aquarelista e pintora, Inês Benou dedica-se com esmero à gravura em metal, tendo adquirido excelente formação no exterior e muita vivência por aqui. É um trabalho magnífico, de sutis filigranas, buscado em sua perfeição com empenho incansável. Ela própria imprime as gravuras em seu ateliê, num esforço admirável. Com grande liberdade a artista criou gravuras “tridimensionalizadas” – com recortes em sobreposição. São relevos que com a incidência de luz mostram efeitos surpreendentes de sombras, inesperados e intrigantes.
Com temperamento retraído, sua discrição e delicadeza ficam evidentes logo ao primeiro contato. De certa forma isso se reflete em sua obra, que é contida e introspectiva. Inês é tão silenciosa quanto o ambiente de seu ateliê. Na casa há um delicioso jardim, ideal para longas conversas ou momentos de contemplação.
Inês Benou domina com tranquilidade a complexa arte da aquarela, que, ao contrário da gravura, não permite retoques mas revela, igualmente, a leveza do traço em sutis velaturas. Mais recentemente a artista tem se dedicado à pintura em encáustica, técnica que remonta à antiguidade (os gregos e romanos a utilizaram muito em suas pinturas) e que consiste no uso de pigmentos e de cera tratados a quente, produzindo o efeito de translucidez, em clara proximidade com a aquarela. Também pode ser realizada a frio, com cera diluída em terebintina. As telas, abstratas, são acrescidas de colagens com folhas de cobre ou ouro, com reflexos  inusitados.
Esta exposição é uma antologia. Reúne alguns dos melhores momentos do trabalho constante de uma artista dedicada que possui percurso interessante e incrível disposição para experimentações, sempre com originalidade e competência." Antonio Carlos Suster Abdalla, Curador - 03.2017

 




 

 

 

 

 

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